segunda-feira, 19 de março de 2012

Primeiro cadeirante a surfar o fenomeno da pororoca!




Ele não tem o movimento das pernas. Mas nutre um sonho: surfar as ondas da Pororoca, fenômeno natural que provoca grandes ondulações em rios, existente no Pará Amapá e Maranhão. Por isso, Andrezinho Carioca, surfista e cadeirante de 32 anos esteve no Maranhão em 7 de fevereiro de 2012. E em 8 de fevereiro foi para a cidade do Arari, onde experimentou as águas do Rio Mearim surfando nas ondas da Pororoca.


Paraplégico desde 2001, resultado de um grave acidente de automobilístico, o carioca começou a surfar por incentivo da organização chamada AdaptaSurf, no Rio. A primeira reação da família foi de surpresa. "Liguei para minha mãe e disse: mãe descobri um projeto de surf adaptado. Sábado que vem vou a praia pegar onda. Ela respondeu: Pegar onda? Está maluco?!!! Você já viu algum cadeirante na praia?...Andrezinho começou a fazer história e mudar de vida. Hoje, o surfe é essencial para lhe manter de bem consigo e com a vida. "Hoje sou atleta da ONG ADAPTSURF. Amo a minha vida, minha família e meus amigos. AMO VIVER!!!!",diz em seu perfil nas redes sociais.O sonhoO sonho de ser o primeiro surfista cadeirante a enfrentar a Pororoca foi realizado no Maranhão.Andrezinho conheceu as ondas de água doce atráves do filme Surf Adventure 2 e dos trabalhos realizados pela Abraspo (Associação Brasileira de Surfe na Pororoca), responsável por fomentar o surfe no Pará, Amapá e Maranhão.Na quarta-feira, seguiu viagem para Arari, portal de entrada para a Pororoca do Rio Mearim, com os também surfistas Noelio Sobrinho, o maranhense Jeronimo Junior, ambos da Abraspo, Severino Junior e Rick. Na cidade, a bordo de uma lancha, vão garantir a melhor onda para que André faça história nas águas do Rio Mearim.ProtestoO trauma de André já foi superado. Agora, ele tenta vencer as dificuldades impostas pela falta de acessibilidade nas cidades brasileiras e, sobretudo, em praias. A dificuldade, diz ele, é tamanha. E o poder público, protesta, muito ausente."Infelizmente ainda não temos praias totalmente acessíveis e por esse motivo me limito a ficar olhando as ondas quebrando lá do quebra mar na Barra da Tijuca (Rio), onde algumas pessoas vão pescar a noite", diz Andrezinho, para completar: "Gostaria muito que aqui no Brasil o poder público desse real importância ao povo como um todo e cumprisse o que é previsto no artigo 5° da nossa Constituição Federal provendo que tenhamos uma vida igual, nas mesmas condições em que pessoas ditas sem deficiência".

Nenhum comentário:

Postar um comentário