STADIUM revela história de superação no esporte sábado dia 8 de fevereiro.
TV Brasil ás 14:00
Daniela Christoffer conversa com o surfista Andrezinho Carioca, primeiro cadeirante a surfar a Pororoca
Andrezinho Carioca e Daniela ChristofferO Stadium desta semana mostra como o esporte ajuda na superação de barreiras. A apresentadora Daniela Christoffer bate um papo com o surfista adaptado Andrezinho Carioca,
que conta sua emocionante história de vida. O atleta foi o primeiro
cadeirante do mundo a surfar o fenômeno da Pororoca, em março de 2012.
André lembra que usa de cadeira de rodas desde 2001, quando sofreu um
acidente automobilístico. Na ocasião, o jovem teve uma lesão medular
que ocasionou paraplegia. Ele revela seus planos atuais, como o de ir a
Londres, onde vai cruzar mais um limite e integrar uma companhia de
circo.
No estúdio, o diretor técnico da Confederação Brasileira de Basketball (CBB), Vanderlei Mazzuchini, conversa com Daniela Christoffer sobre o convite recebido pela seleção Brasileira para participar no Mundial da Espanha,
em agosto deste ano. O dirigente comenta, ainda, o desempenho dos
adversários que o Brasil vai enfrenta na primeira fase da competição.
O programa mostra a preparação do esgrimista Renzo Agresta,
atual campeão pan-americano da modalidade. Aos 28 anos, ele vai
participar de uma série de competições na Europa. O atleta já ganhou a
medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007, e
nos de Guadalajara, quatro anos depois. Renzo também disputou as
Olimpíadas de Atenas, em 2004, e de Pequim, em 2008.
Ainda nesta edição, o Stadium mostra a iniciativa de Negra Lu,
uma técnica de enfermagem que perdeu cerca de quarenta quilos com muita
malhação. Hoje, ela é uma das passistas da escola de samba Caprichosos de Pilares.
Fã de surfista sem braço, cadeirante quer Guinness por encarar Pororoca
Inspirado em Bethany Hamilton,
cadeirante Andrezinho Carioca, que já foi até atleta do remo, quer
surfar onda para tentar entrar no Livro dos Recordes
Por Gabriel FrickeRio de Janeiro
No ano passado, o surfista Andre Melo de Souza tornou-se o primeiro
cadeirante a encarar a Pororoca no Maranhão. Ohttp://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=XGbks0k3eoo feito já era algo bem
difícil de imaginar, principalmente para um atleta paraplégico: encarar
as águas escuras recheadas de animais como piranhas, jacarés e cobras e
atravessar as matas hostis não parece nem agradável, muito menos fácil
de se fazer. Mas agora o atleta de 34 anos quer alçar voos mais altos.
Fã da americana Bethany Hamilton, que perdeu um braço após ser mordida
por um tubarão, Andrezinho Carioca vai enfrentar novamente a onda que
nasce do encontro das correntes fluviais com as águas oceânicas. Desta
vez, no Amapá, onde é mais extensa e perigosa. O motivo? Entrar no
Guinness Book, o Livro dos Recordes.
Enquanto se planeja para a façanha, ainda sem data certa para ocorrer,
Andrezinho Carioca surfa divulgando as marcas que o patrocinam ao lado
de seu treinador Guga, que entra na água com ele. O carioca se prepara
para a missão que, segundo ele, não é nem de longe como surfar nas
praias, mesmo nas mais perigosas do mundo.
- Você precisa de quem te coloque lá dentro. Se você quer surfar na
Indonésia, Costa Rica, Austrália e Pipeline, é só ter dinheiro. Você
avalia seu nível de surfe e vê até onde pode ir. Na Pororoca, precisa de
mais que dinheiro. Você precisa estar com alguém que conheça a região.
Tem muitos bichos. Ninguém fala: ‘Semana que vem vou surfar a Pororoca’.
Pega a prancha e vai. Precisa de jet skis, de uma embarcação, de
pessoas que conheçam muito bem o local - relatou o surfista, lembrando
da experiência de 2012.
Andrezinho Carioca posa ao lado de prancha adaptada na Prainha, no Rio de Janeiro (Foto: Vinícius Boneco)
- Eu ia sair daqui com um grupo que vai junto, pronto há meses. Alguns
dias antes da viagem, o cara da organização disse que não ia ter mais
porque eles furaram. Eu liguei para o presidente da AABRASPO (Associação
Brasileira de Surfe Na Pororoca), que não acreditou que eu iria
sozinho. Ele me disse que se eu aparecesse lá, ele ia me botar na onda
nem que tivesse que entrar no rio e me empurrar para dentro dela. Mandei
até a cópia da minha passagem para provar que não estava mentindo -
brincou o surfista, que produziu um vídeo lembrando momentos como o
acidente, o surfe na Pororoca e a trajetória no esporte em geral (confira as imagens produzidas por Andrezinho acima).
Eu já não sentia as pernas há uns dois dias, estava me conformando"
Andrezinho Carioca
Andrezinho Carioca ficou paraplégico em 2000, aos 21 anos, em um
acidente de moto. Na época, era noivo e ainda estava na escola, pouco
após dar baixa no exército, onde serviu por um ano. No hospital, ficou
sabendo que viveria em uma cadeira de rodas. Mas sua reação não foi de
desespero. Como normalmente faz, ele tentou buscar o lado positivo. Ao
ver a chamada das Paralimpíadas de Sidney, na Austrália, na televisão do
quarto do hospital, decidiu que seria um atleta paralímpico.
- O médico esteve no meu leito e disse: 'O seu caso é grave e você
sofreu uma lesão na medula. Mas, além disso, teve uma fratura de três
vértebras, que esfarelaram. Temos que fixar sua coluna para te tirar do
risco. Vamos fazer de tudo para você ter uma vida melhor na cadeira de
rodas'. Ele foi direto, objetivo, passou o recado. Eu já não sentia as
pernas há uns dois dias, estava me conformando. Fiquei com aquilo na
cabeça e vi umas chamadas na televisão das Paralimpíadas. Aquilo me
chamou a atenção. Minha mãe veio me perguntar o que o médico tinha me
falado, ela estava preocupada com o que eu ia sentir. Eu falei: 'Ele
disse que eu vou ser um atleta paralímpico' - comentou o carioca que,
antes do acidente, curtia andar de skate e fazer rapel.
Andrezinho Carioca surfa no Canto do Recreio, no Rio de Janeiro (Foto: Arquivo Pessoal)
Depois da tragédia, veio o período do vai e volta no hospital.
Andrezinho Carioca adquiriu uma infecção hospitalar e quase morreu. As
febres não paravam. Quando pensou que o pior fosse acontecer, mais uma
vitória. Aos poucos, ele foi melhorando. Assim que ficou 100%, pôs em
prática seu plano de ser atleta. Primeiro, conheceu a treinadora de
ginástica Georgette Vidor, também cadeirante após um acidente de ônibus
em 1997. A ela, que era deputada estadual, pediu uma cadeira especial
para ser corredor. A técnica não conseguiu realizar o pedido, mas abriu
portas para ele, chamando-o até para ser seu assessor parlamentar.
Mais tarde, encontrou a treinadora Sandra Perez, que fazia um trabalho
de basquete e handebol adaptado no batalhão dos guardas, onde Andre
havia servido antes do acidente. Ele conta que muitos dos cabos de quem
foi colega se espantaram com o fato dele estar em uma cadeira de rodas
por conta de sua aptidão física, a melhor do grupo antes do acidente.
Andrezinho Carioca ainda voltou a estudar: terminou a escola e iniciou
uma faculdade de Direito.
Puxado pelo técnico Guga, Andrezinho Carioca desce rampa rumo à água (Foto: Vinícius Boneco)
Depois, conheceu um projeto social para remadores cadeirantes e logo se
destacou. Passou por Vasco, Botafogo, Flamengo e até a seleção
brasileira. Só parou quando sua treinadora teve filho e precisou ficar
focada na família. A partir daí, seus treinos eram passados por
telefone, fato que o desanimou aos poucos e o fez largar as competições.
Por meio de Ronaldo, um amigo cadeirante que também remava, ele
conheceu a "Adaptsurf", um projeto social para surfistas adaptados. E
desde o dia em que entrou no mar a primeira vez, quer estar lá dentro
sempre (no vídeo acima, há imagens de Andre na estreia nas águas, na Praia do Pepê, na Barra da Tijuca).
- Eu não entendi nada, a gente não mexia a perna, por que iria ter
prancha de quilha? Procurei na internet e achei a "Adaptsurf". Conheci o
Felipe Nobre, um dos fundadores. Marquei uma aula experimental, fiz,
curti e passei a ser um frequentador assíduo. Fui o primeiro aluno que
quis fazer daquilo sua vida. Dá trabalho. Para chegar na água, preciso
de um cara que vai montar minha cadeira de praia, entrar comigo no mar.
Mas é muito gostoso estar lá dentro, é o lugar onde sinto mais
liberdade. Não preciso ficar toda hora sentado. Ou eu estou em cima da
prancha, ou largo a prancha e nado. É meu contato mais próximo com Deus -
afirmou Andrezinho Carioca, mostrando a prancha adaptada, com três
quilhas de borracha, para não se cortar; um deck para ficar com o peito
levantado, já que não tem sustentação na dorsal; e alças para prender as
mãos e dar a direção ao equipamento na onda.
Andrezinho Carioca anda com cadeira na pista automotiva (Foto: Vinícius Boneco)
Mas a prática do surfe adaptado não é fácil. Segundo Andre, falta
acessibilidade. Na Prainha, onde costuma surfar no Rio de Janeiro,
existem duas vagas para deficientes, além de uma rampa. No dia em que o
carioca encontrou com a reportagem do GLOBOESPORTE.COM no local, um
carro estava estacionado bem em frente ao acesso da areia para
cadeirantes. Ele precisou conduzir sua cadeira pela pista até chegar em
outra entrada possível, mais à frente. Além disso, uma mulher parou seu
veículo em uma das vagas reservadas. Ou seja, além da estrutura, falta
respeito das pessoas.
- Não é muito comum você ver pessoas com cadeira de rodas na praia. A
acessibilidade é difícil, é bastante complicado - lamentou Andrezinho.
Inspirações são surfista sem braço e palestrante motivacional sem membros
Para superar o fato de não ter os movimentos das duas pernas e as
dificuldades dentro do mar, Andrezinho Carioca se apega às figuras de
Bethany Hamilton e Nick Vujicic. A loira de 23 anos é o maior ícone de
superação para ele. Aos 13 anos, a havaiana sofreu um ataque de tubarão
em Tunnels Beach e perdeu um braço. Mesmo diante dessa situação,
tornou-se surfista profissional e compete com atletas que não são
deficientes.
Ela chegou a ser terceira colocada no Rio Surf International, disputado
no Rio de Janeiro, em 2009, e segundo no Campeonato Mundial Junior, na
Austrália, no mesmo ano. Fascinado, ele revela que a conheceu no evento
carioca e tirou foto com ela. Namorador, Andrezinho Carioca conta que se
encantou com a musa, que é casada com Adam Dirks.
Bethany Hamilton encontrou seu fã Andrezinho Carioca no Brasil (Foto: Arquivo Pessoal)
- Tenho muitos ídolos do surfe. Mas a primeira imagem que vem na cabeça
é da Bettany Hamilton. É a maior história de superações. Ela tinha 13
anos, um período em que a mulher começa a tomar corpo, se interessar por
vaidade, cultuar o corpo, e foi acometida por um ataque de tubarão que
arrancou o braço dela. Muito mais que voltar a surfar, foi a situação de
passar por cima daquilo tudo. Ela não tem o braço. Rema com um braço
só, dá o golfinho, surfa disputando no surfe convencional com as meninas
que têm os dois braços. Ela desenvolveu uma forma de ficar em pé na
prancha, remar, se adaptou. Ela é o ícone e é linda. Pena que o pai dela
estava sempre do lado aqui no Rio - disse, abrindo o sorriso, em
relação à surfista cuja vida até deu origem ao filme "Soul Surfer",
estrelado pela britânica Ana Sophia Robb, em 2011.
Em um vídeo na internet, Bethany Hamilton ensina Nick Vujicic a surfar.
O australiano também tem uma história bastante emocionante de
superação. Nascido sem os braços e as pernas por conta da Síndrome de
Tetra-amelia, doença caracterizada por uma falha na formação
embrionária, ele teve uma infância bastante difícil. Mas deu a volta por
cima, e se formou em Contabilidade e Planejamento Financeiro. Aos 17
anos, lançou a "Vida sem Membros", uma organização sem fins lucrativos
que dá palestras motivacionais ao redor do mundo. Além disso, ainda
pratica esportes, como natação e surfe.
- Eu queria ter conhecido ele. Ele esteve aqui na Bienal do Livro, no
Rio de Janeiro. É uma história de vida sensacional - concluiu Andrezinho
Carioca, sem perder o sorriso no rosto que é sua principal
característica.
A partir do dia 9 de março terei a oportunidade de estar com o grande Amigo e Surfista Marcelo Trekinho na Treko Surf Clinic Segue o link para quem quiser participar da atividade! http://www.facebook.com/TrekoSurfClinic?ref=hl Obrigado a todos que puderem divulgar e quiserem participar!
Inscrições pelo e-mail: trekinhosurfclinic@gmail.com